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Saúde: Maconha uma "Droga"que afeta a memória, diz tese de doutorado

Lembrar de informações simples do dia a dia, além de realizar atividades que demandem planejamento e gerenciamento pode ser um processo complexo para usuários de maconha. O comprometimento cerebral é ainda mais intenso quando se trata de um usuário precoce (antes dos 15 anos) e crônico da droga, o que indica um efeito tóxico e acumulativo da substância no desempenho cerebral, principalmente no que se refere à memória.
Essa é a conclusão de um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que aponta os prejuízos gerados pela substância nas chamadas “funções executivas” do cérebro. São elas que nos possibilitam planejar e monitorar a execução de uma equação matemática, por exemplo, até que se chegue ao resultado final.
“A função executiva nos permite processar e organizar todas as novas informações que nos são passadas diariamente e que necessitam de planejamento, iniciação, memória operacional, atenção sustentada, inibição dos impulsos, fluência verbal e pensamento abstrato”, explica a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, autora da pesquisa que foi apresentada como tese de doutorado pelo Laboratório de Neurociências Clínicas (LiNC) da instituição.
De acordo com o orientador da pesquisa, Acioly Tavares de Lacerda, professor do departamento psiquiatria, o diferencial é que esse estudo foi feito com a maior amostra no mundo de usuários crônicos avaliados através de testes neuropsicológicos.
Também é o primeiro levantamento que mostra que os déficits cognitivos pelo uso leve (cerca de dois cigarros por dia) e crônico da maconha parecem ser muito expressivos no que diz respeito ao desencandeamento de disfunções no cérebro humano. “Quando mais precoce e maior a exposição à droga, pior também será a memória, mesmo depois de um período de abstinência”, afirma.
No estudo, Maria Alice verificou que os déficits no armazenamento de informações e evocação da memória nesses usuários persistiram após um tempo médio de 14 dias de abstinência. Vale frisar que a pesquisa avaliou preliminarmente 173 usuários crônicos de maconha e selecionou subamostras com 104 indivíduos para o estudo sobre funcionamento executivo (sendo 49 usuários de início precoce e 55 de início tardio), 34 usuários crônicos abstinentes há mais de sete dias e 55 controles não usuários. A idade dos participantes variou entre 18 e 55 anos.
Para Maria Alice, é fundamental a avaliação de eventuais déficits neuropsicológicos em usuários crônicos da droga para prevenir futuros danos, além de direcionar e favorecer a aderência do tratamento dos dependentes químicos. Afinal, esses problemas cognitivos também fazem com que o paciente tenha mais recaídas e desista do tratamento.
* Com informações da CDN – Comunicação Corporativa, assessoria da Unifesp

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