PSTU protocola ação contra aumento no Congresso
Em 2010 o Congresso gastou R$ 5,3 bilhões em despesas de pessoal e encargos sociais de parlamentares, servidores e aposentados da Câmara e do Senado. Este ano o valor estimado é de R$ 6,2 bilhões, um aumento de 16%. Pelos cálculos da Contas Abertas, o reajuste salarial dos deputados e servidores vai representar um gasto extra de R$ 549,2 milhões para a Câmara. No Senado, o aumento total será de R$ 312 milhões.
Para a assessora de Política Fiscal e Orçamentária do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Eliana Graça, apesar de legal, o aumento na folha do Congresso é, do ponto de vista moral, difícil de aceitar. “Em um país que passa por tantas dificuldades, como é o caso do Brasil, é preciso avaliar as prioridades. O país tem condições de bancar isso? O que ficará para trás, o que deixará de ser feito?”, questiona ela.
Eliana acredita que o Estado precisa de pessoal competente e, consequentemente, bem remunerado. No entanto, ela argumenta: “Se os nossos professores, por exemplo, tivessem aumento como esse, seria muito bom”.
Ação popular contra os aumentos
O PSTU entrou ontem com ação contra o reajuste para deputados e senadores aprovado pelo Congresso em dezembro. Além do aumento de 62% para os parlamentares, também foram reajustados em 149% os salários dos ministros de estado, e em 134% o da presidenta da República. Todos passaram a receber R$ 26.723,13 por mês, igual aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação do PSTU está na 5ª Vara Federal de Brasília. Para Zé Maria, presidente nacional do PSTU, o reajuste é um escândalo. “Mostra o que é prioridade deste governo e do Congresso. Enquanto aprovam um reajuste milionário dos seus salários, esses mesmos parlamentares e governantes alegam ser impossível dar um aumento de mais de R$ 30 ao salário mínimo”, criticou Zé Maria