Site Cultural de Feijó

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Comemorações do Dia do Índio na Aldeia Nova Vida









Aconteceu durante todo o dia dessa terça-feira, 19, na Aldeia Nova Vida as comemorações ao Dia do Índio.
Este evento de comemorações  ao dia do Índio contou com a presença, além dos indígenas da comunidade escolar Vicente Celso Brandão.
A terra indígena da Aldeia Nova Vida possui a denominação Katukina-Kaxinawá porque, como de costume, a sociedade dominante havia “identificado” o povo Shanenawá como se fosse Katukina. Nada como dar voz ao outro para que ele se apresente. Deste modo, soube-se que o povo se reconhece como Shanenawá e se faz identificar com tal. Em sua língua, Shanenawá significa “povo do pássaro azul”. Pertence à família lingüística Pano, com uma população estimada em 620 pessoas, distribuída em quatro comunidades: Morada Nova, Cardoso, Paredão e Nova Vida.
A Aldeia Nova Vida, localizada a margem esquerda do município de Feijó, aproximadamente uma hora de viagem de barco a motor da cidade de Feijó, pertence a família do tronco lingüístico pano, esta Aldeia do povo Shanenawá, tem 22 famílias. 79 alunos estudando do 1º a 4º ciclo, que aprendem a língua materna e o português, na escola Atutapimãti Peshe – Moacir Brandão, tem como liderança Francineudo Batista Brandão.

Como denominou-se, comemorar no dia 19 de abril, o dia do Índio no Brasil, esta comunidade indígena como é de tradição, comemora durante o mês de abril a semana indígena. Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os municípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Segunda feira, 18, ocorreu a festa tradicional, no final da festa as mulheres mandam os homens fazerem uma tradicional caçada (yuina yunuki). E, na terça-feira, 19, ocorreu a partir das 5horas queimas de fogos em homenagem ao dia do índio.

11horas chegada dos homens da caçada tradicional, nesta ocasião as mulheres receberão as caças que os homens trouxeram e entregarão aos mesmos comidas.

A partir daí, durante todo o dia comemorações e festividades em homenagem aos índios. Que teve início várias apresentações da cana (tsuati mevinenay) seguido da mamão (shupa mevinenay), da macaxeira (atsa meshay) finalizado as brincadeira com jabuti (jabuti (shawe mevinenay).
Portanto, ocorreu durante todo essa terça-feira, 19, rituais de danças tradicionais indígenas, como o mariri, dança, do fogo, do queixada, está temida pela as mulheres, principalmente as mulheres jovens da tribo, dentre outras atividades culturais, entoadas sempre com as tradicionais músicas indígenas.

Durante todas as apresentações e danças serve-se o a tradicional bebida caiçuma. São várias atividades relacionadas a comemoração do dia do índio, para manter sempre viva a sua cultura, as tradições, os costumes, valores, os mitos e aos lendários indígenas
Das 12 às 14horas,foi servido Almoço e confraternização dos moradores da aldeia e para os convidados.
Mesmo tendo sua terra indígena localizada nas margens do rio Envira, os Shanenawá não originários do local, ainda que digam haver vestígios de sua ocupação em tempos remotos. Sabe-se, no entanto, que migraram para o município de Feijó, vindos da região do alto rio Gregório, principalmente, devido as “correrias”. A terra indígena Katukina-Kaxinawá teve o seu processo de regularização como terra indígena iniciado logo após a instalação da Base Avançada da Funai no Acre em 1975.

Na região, as relações entre os Shanenawá e não-índios não ocorreram de forma harmoniosa. Alguns conflitos acontecidos durante a década de 90, ainda estão na memória do povo Shanenawa. Devido a tais acontecimentos, nesse passado recente há ainda um clima pouco amistoso por parte de regionais para com os povos desta região. Os Shanenawá se organizam por famílias nucleares, compostas de um casal e seus filhos. Os filhos de fazem parte do clã da mãe e só podem casar com indivíduos pertencentes ao mesmo clã. São famílias monogâmicas e todos os indivíduos são nomeados em sua língua materna. Os Shanenawa se identificam através de clãs: Waninawa (povo da pupunha), Varinawa (povo do sol), Kamanawa (povo da onça), Satanawa da ariranha e Maninawa (povo do céu).

Os Shanenawa, assim como a maioria da população indígena do Estado, possuem uma cultura material bem diversificada. Os homens trabalham na fabricação de arcos, flechas, facas e bordunas usadas tanto para a caça como para venda. As mulheres fazem colares, pulseiras, saias, chapéus, cestas e vasos de cerâmica. A produção é intermediada para fins de comércio pela as suas Associações, como a Associação Shanenawa da Aldeia Morada Nova (ASAMN), favorecendo no processo de distribuição e venda desses produtos. Aconteceu no ano passado o 1º, o Festival da Caiçuma. Participaram do evento índios de várias etnias, além da população do município, que também é convidada. A caiçuma é tradicionalmente feita de macaxeira, mas também pode ter a banana como origem A bebida faz parte da tradição e cultura indígena e está sempre presente nos rituais e festas nas tribos. O evento é importante para a cidade e está inserido no calendário de atividades culturais do município.

Os Shanenawa dedicam-se também à economia de subsistência. Seus roçados são feitos em locais devidamente escolhidos, mais altos e bem drenados, onde cultiva macaxeira, milho, banana. A criação de animais domésticos constitui em importante fonte de alimentação, já que a caça na região tem se tornada escassa. A pesca também faz parte de seus costumes, embora os peixes também estejam escassos na região. Dentre outras atividades que praticam, há ainda a extração do látex.

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