AC gasta em 200 km o que AM investe em 800 km
As despesas que o Acre tem com os 224 Km da rodovia BR-364, entre as cidades de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, estão em patamares semelhantes aos quase 900 km entre Manaus e Porto Velho. Enquanto no Acre se precisou de R$ 937,4 milhões para asfaltar os pouco mais de 200 km, entre os Estado do Amazonas e Rondônia foram aplicados R$ 987,4 milhões.
As duas obras são financiadas com recursos do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outra característica é a localização: no meio da selva amazônica, e, portanto, apresentam as mesmas dificuldades de engenharia.
Além do solo inviável para receber o asfalto e aumentar seu tempo de vida útil, as rodovias precisam atravessar rios de proporções da maior floresta tropical do mundo.
Segundo relatório do PAC, um dos trechos da BR-319 recebeu R$ 176 milhões para a construção de quatro pontes e pavimentação de 133 km. Já o Acre gastou R$ 214 milhões para erguer três pontes.
Apesar de ser menor do que a BR-319, a BR-364 consumiu desde o início do governo petista (1999) mais de R$ 1 bilhão. A distância entre Porto Velho e Manaus é de 901 km. Rio Branco está longe de Cruzeiro do Sul 690 km.
Questionado sobre a diferença de preço entre as duas rodovias, o diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Marcus Alexandre, afirma que trabalhos realizados no passado na BR-319 reduzem hoje os custos.
“A 319 fazia parte da Transamazônica e já foi asfaltada nas décadas passadas e isso facilita o trabalho, pois se tem um terreno preparado. A BR-364 era um grande ramal sem a mínima estrutura, tivemos que começar do zero”, explica Alexandre.
Segundo militares do 7º Batalhão de Engenharia de Construção em atividade na BR-319, as características das rodovias não são diferentes. Como no Acre, todo o solo ao longo da BR-319 precisa ser retirado para dar lugar a outro tipo de base. Além do mais, as logísticas para o transporte dos insumos não se diferenciam.
