Site Cultural de Feijó

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“Oposição quer voltar ao poder para enganar o povo e saquear o Estado”

Declaração de Jorge Viana ainda ecoa no meio político do Acre e opositores vestem a carapuça

Na semana em que seu nome apareceu como um dos mais importantes parlamentares brasileiros, na lista das “cem melhores cabeças do Congresso”, de acordo com uma lista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), uma organização não-governamental que examina o comportamento dos congressistas com uma lupa em busca de coerência e atividade política correta, o senador Jorge Viana (PT-AC), como nos tempos em que era principalmente um militante da Frente Popular do Acre (FPA), veio a público para revidar um soco da oposição. Disse, alto e bom som, num programa de TV, aquilo que muitas lideranças da coligação que governa o Acre desde 1999 e muita gente do povo esboçam e aqui e ali:

- A oposição quer voltar ao poder apenas para roubar!
A declaração repercutiu durante toda a semana e, mesmo agora, oito dias depois, ainda ecoa nos tímpanos daqueles que vestiram a carapuça, como o senador Sérgio Petecão (PMN-AC), o candidato derrotado ao governo do Estado em 2011, Tião Bocalom, e seus ventríloquos locais, como o deputado estadual Wherles Rocha (PSDB) e outros.

A declaração de Jorge Viana foi ainda mais dura: “Tem um grupo de pessoas que levaram o Acre para a lama, que estão morrendo de vontade de voltar para o poder, para roubar, para enganar o povo e saquear o Estado. Isto é fato”, disse o petista ao programa Gazeta Entrevista, que foi ao ar na noite desta quinta-feira, 22. A seguir, alguns trechos das declarações do senador ao programa.

A guerra dos panfletos


Foi uma resposta aos ataques que o senador vem sofrendo desde que a oposição local passou a reproduzir em panfleto uma reportagem direcionada da revista semanal “IstoÉ” fazendo ilações de uma suposta ligação do senador com empreiteiras que trabalham nas obras da BR-364, aquela que vai ligar em definitivo Rio Branco a Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, uma obra almejada pelo povo daquela região desde os anos 50 e que está sendo concluída nos governos da Frente Popular, nos últimos 12 anos. Sobre a autoria dos panfletos, Jorge Viana, mesmo sem querer apontar as impressões digitais dos autores, diz que a campanha da qual vem sendo vítima tem “nome e sobrenome”.

“A gente tem muito respeito pelo dinheiro público”

Ao se referir a seus principais opositores, o senador petista lembrou que Sérgio Petecão e Tião Bocalom só conseguiram se estabelecer como políticos graças à ajuda que ele, Jorge Viana, lhes deu no passado, quando ambos foram membros da Frente Popular do Acre. Petecão, por exemplo, antes de ser deputado federal e senador da República, foi presidente da Assembleia Legislativa durante oito anos, por dois mandatos de deputado estadual, coincidência ou não o mesmo período em que Viana foi governador do Estado, de 1999 a 2006. Bocalom, de acordo com Jorge Viana, só conseguiu retornar a ser prefeito de Acrelândia por ter sido secretário de Agricultura no primeiro mandato de Jorge Viana no governo. “Tudo que o Petecão e o Bocalom têm hoje fui eu que dei”, declarou ele.


Riscos de vida e agressões


“Acompanhei essas agressões lamentando muito. Vocês, que conhecem a mim, ao Tião Viana, ao Angelim, aos companheiros do PC do B como o Edvaldo Magalhães e à deputada Perpétua Almeida, ao Binho e outros dos demais partidos que integram a Frente Popular e todos aqueles que tiveram uma responsabilidade maior no processo, sabem do esforço nosso de trabalhar. Minha vida política não tem sido fácil. Sempre sofri ameaças, agressões e ataques. Corri mesmo muitos riscos e hoje, diante disso, eu só lamento, porque entendo que isso não é jeito de fazer política. Eu acho que se alguém discorda das nossas posições, se discorda do que estamos fazendo, que vá à população, que se exponha e diga por que é contra as nossas propostas de desenvolvimento. Mas fazer o que vêm fazendo, como no caso desses panfletos, é jogar sujo, é trazer a política para perto da lama. A gente levou tanto tempo para tirar o Acre disso, para fazer o nome do Acre ser respeitado.... A população não suporta mais essa política suja, de acusações, de agressões... Eu digo que esses agressores têm nome e sobrenome. O senhor Tião Bocalom, por exemplo, nos paga assim. O único mal que eu fiz a ele foi tê-lo ajudado. O mesmo com o senador Petecão. O grande mal que fiz a ele foi lutar, com todo o empenho político, para que ele ficasse oito anos na presidência da Assembleia. A mágoa do senador talvez seja em decorrência de a gente não ter deixado que ele manobrasse a Assembleia como ele queria. Como temos muito respeito pelo dinheiro público, sempre colocamos junto a ele um primeiro-secretário capaz de levar para o Legislativo os princípios de que o dinheiro público tem que ser respeitado. Nós só conseguimos fazer todas essas obras que a população está vendo sobretudo por esse princípio de respeito ao dinheiro público, de administrar com honestidade. Isso incomoda quem pensa que o dinheiro público é um bem que pode ser utilizado e repartido entre amigos e familiares. Isso acabou no Acre”.


Um dos cem “cabeças” do Congresso


Ainda no programa de TV, o senador falou sobre outros temas. Em relação ao surgimento de seu nome na lista dos cem mais influentes parlamentares brasileiros, ele afirmou: “Recebo isso como uma honra, uma deferência e uma satisfação das minhas atividades como senador ao povo do Acre - esse povo que tem me apoiado tanto, na prefeitura, em dois mandatos de governador e agora no Senado. E o que posso fazer para retribuir tanto apoio e confiança é trabalhar e me esforçar em defesa do Acre e do Brasil. Saber que, entre quase 600 parlamentares, estou entre os 100 mais bem avaliados, é uma honra e razão de estímulo.

O Diap é a organização mais respeitada do país em relação à avaliação dos parlamentares. O governador Tião Viana, quando era senador, e a ex-ministra Marina Silva, quando estava no Senado, também frequentaram essa lista, e estar ao lado deles muito me honra e me alegra. O Tião foi um grande senador, chegou à presidência do Senado, um cargo que jamais um acreano havia conquistado no plano nacional. ASobre a Marina, nem se fala. Sinto-me feliz em fazer parte dessa lista porque sei que estou me esforçando muito. O Aníbal Diniz também vem se revelando um grande senador, vem conquistando a confiança de todos. Isso é bom, porque o Senado é uma casa que tem, na maioria de seus quadros, ex-ministros, ex-governadores e até ex-presidentes da República. E a outra parte é composta de senadores que querem ser presidentes. Então, fazer parte daquela lista é motivo de orgulho.”

“Eles [a oposição] querem pegar de novo o Estado só para roubar”


Candidatura única à prefeitura


Sobre a disputa em torno da prefeitura de Rio Branco, na condição de uma das maiores lideranças da Frente Popular, Jorge Viana também teceu comentários. Disse que todos os nomes postos até agora, sejam do PT, do PC do B ou do próprio PV, são nomes legítimos, mas ressaltou que, em nome da unidade, a FPA decidiu que vai à disputa com uma candidatura única e revelou que esse nome deverá ser apresentado já no começo de outubro. “Nós vamos apresentar um nome que possa levar à frente esse trabalho do prefeito Angelim, que é um trabalho de melhorar a cidade em que a gente vive, uma administração que tem a obrigação de continuar mudando a cidade para algo cada vez melhor. Olha, eu fui prefeito e sei que o Angelim está fazendo um grande trabalho, um trabalho que alcançou ainda mais volume com a chegada do Tião Viana ao governo, porque seu governo tem procurado trabalhar em parceria com o município, não só aqui na capital, como em todos os municípios do interior, com esse programa de pavimentação, o Ruas do Povo. O governador tem ido a todos os municípios, independentemente do partido do prefeito, seja nosso aliado ou não, levando benefícios à comunidade. Muitos prefeitos têm compreendido a importância do programa. Um grande programa que não é possível executar se tivermos um prefeito que só quer saber de briga, que se posiciona como inimigo do governo. Quando isso acontece, quem paga o pato somos nós, que moramos e gostamos da nossa cidade. Rio Branco já sofreu muito e é uma cidade que carece cada vez mais de ruas pavimentadas, de esgotamento sanitários e outras ações que são mais bem realizadas se houver um casamento de ações entre o governo federal, o governo do Estado e a própria prefeitura, como vem acontecendo. Isso é que faz a diferença e isso é que leva a população a compreender a seriedade da nossa proposta e a diferença entre as nossas candidaturas e outras que muitas vezes disputam apenas atender caprichos e interesses pessoais. Isso é um perigo”... Eu acho que os nomes postos ate aqui são da maior responsabilidade, mas acho que o PT deverá indicar o candidato a partir de um amplo debate com todos os partidos. Defendo isso, mas acho que tem que acontecer naturalmente.”

“Acho que o candidato seja do PT, mas isso tem que ser naturalmente”


Critério para escolha do nome do candidato


“As pessoas que trabalham, que têm mandato ou função executiva, estão todas habilitadas. Mas nós não pensamos nisso de forma carreirista. Eu sou um exemplo de que não faço política por carreira. Saí da prefeitura, depois de cumprir todo o mandato, e fiquei dois anos sem mandato. Saí do governo, depois de oito anos, e fiquei quatro anos na iniciativa privada. Fiquei quatro anos fora da política. Mas o fato é que em todos os casos nós sempre procuramos dar oportunidade aos mais jovens. Os exemplos são os companheiros Binho e Angelim, que deram certo. Nós estamos tranquilos em relação à prefeitura porque temos um prefeito honesto, que segue trabalhando. O trabalho do Tião Viana é importante e nós temos que colocar na prefeitura um nome que complete esse trabalho do governo. Temos que aproveitar esse momento bom que vivemos. O Estado está saneado. Nós devemos menos hoje do que a dívida que peguei em 1999. Nós temos que aproveitar isso. Se esse Estado ou a prefeitura cair em mãos erradas, com um prefeito que vai com sede ao pote, quem vai sofrer é a cidade...”.

“Não há mais espaço para a política suja no Acre” 

http://pagina20.uol.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=24749&Itemid=42

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