Site Cultural de Feijó

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Tião Viana manda imprimar os últimos 80 metros da BR-364

Pela primeira vez em 43 anos, a estrada não será fechada para tráfego no inverno. O Acre está integrado
Às seis da manhã os primeiros carros começaram a chegar em frente a Usina de Arte João Donato, em Rio Branco, ponto de concentração dos veículos que seguiriam viagem para um momento histórico. Após um café da manhã e um vídeo que lembrou algumas dificuldades ao longo desta epopeia acreana, cerca de 140 carros partiram rumo a Cruzeiro do Sul,
integrando a Caravana da União.
Ao longo do percurso, em Bujari e Sena Madureira novos veículos se integraram à caravana que faria sua primeira parada em Manoel Urbano, onde, recebido com forró cantado por um povo que não escondia a felicidade da integração, o governador Tião Viana entregou 200 equipamentos para manicures, cabeleireiras e costureiras, através da Secretaria de Pequenos Negócios. “Hoje eu sou uma nova mulher porque posso dizer que tenho uma profissão. Agora eu tenho como trabalhar pelo sustento da minha família”, disse Monciane Lima da Silva, que agradeceu em nome de todas as mulheres beneficiadas pela ação. A caravana partiu de Manoel Urbano para fazer a próxima parada próximo ao rio Jurupari, local onde encontraria integrantes vindos de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

“Foi lindo ver todo mundo se abraçando, se encontrando. Este momento é simbólico, ficará na nossa memória porque faz parte de um sonho de 43 anos”, disse a deputada federal Perpétua Almeida. O Jurupari foi escolhido como ponto de encontro da caravana, que seguiria mais tarde rumo a Cruzeiro do Sul, por ser simbólico. Ali se encontrava o último trecho em obras da estrada e um dos pedaços mais difíceis de construir. Os últimos 80 metros que faltavam ser imprimados – um tratamento temporário para suportar o tráfego durante o inverno, mas que deixa a obra num estágio bem avançado para ser continuada no próximo ano, foram cobertos por uma camada de asfalto por ordem do governador Tião Viana, que autorizou, simbolicamente, por volta de 13 horas, a imprimação dos últimos metros que faltavam. Estava escrita mais uma página da história da BR-364, que está trafegável de janeiro a janeiro, pela primeira vez após 43 anos de obras.

“Depois da revolução acreana, este é um dos momentos mais importantes da história do Acre, quando as duas pontas dessa estrada que integra os municípios foi unida e, pela primeira vez, após 43 anos, o inverno não vai impedir o tráfego na estrada e as pessoas vão ter a liberdade de ir e vir. Os últimos 80 metros de imprimação que faltavam integram definitivamente o Acre, dando nova oportunidade de desenvolvimento. Este é o dia em que nós unimos o Acre”, disse o governador Tião Viana, convidando todos a um movimento de valorização da história acreana.

Uma obra de quem tem compromisso com o povo

O vice-governador César Messias lembrou de dois momentos que marcaram sua vida. “O primeiro eu ainda era criança e vi, na década de 70, o exército desembarcando as máquinas em Cruzeiro do Sul pra começar a rasgar a estrada. Meu pai disse ‘agora a estrada sai’, e ela não saiu. O segundo foi em 1986, quando um governador chegou em Cruzeiro todo sujo de lama, numa caravana, dizendo que a estrada seria feita. Olhei para o meu pai e disse ‘agora ela sai’ e ela não saiu novamente. Hoje eu estou aqui vendo essa integração definitiva, fazendo parte desta história e dizendo quem, de fato, está construindo essa BR. Essa obra é de quem tem compromisso com o povo do Acre”, contou.

O senador Aníbal Diniz lembrou que o pontapé inicial para este desafio chamado BR-364 foi dado pelo presidente Juscelino Kubitschek. “Na década de 1960 a estrada começou a ser construída de Rondônia para o Acre e hoje, 43 anos após o início das obras para ligar Rio Branco a Cruzeiro do Sul nós fazemos o encontro destas duas pontas da estrada.
Este é um momento histórico, que muda completamente a nossa história”, comentou.

Jorge Viana, senador acreano, disse que a história do Acre foi dividida hoje em duas partes: antes e depois da ligação da BR-364. “Essa estrada não vai mais fechar no inverno. Não ficará restrita ao tráfego apenas por seis meses no ano. Não há mais isolamento. É preciso celebrar muito essa conquista e aprender com ela. Toda essa estrutura é um investimento público, que a gente faça um bom uso dessa logística!”, disse o senador, que contribuiu de forma significativa para que a estrada pudesse ser concluída. Em 1999, em seu primeiro ano de mandato enquanto governador do Acre, ele tomou a decisão de reabrir a estrada e não permitir mais que ela ficasse sem tráfego nos verões. A partir de então foram 13 reaberturas consecutivas em que, a cada ano, os avanços da obra se revelavam em melhorias para toda a população.

Deputados aprovam a obra que integra o Acre

Nos últimos quatro anos foram investidos R$ 1,1 bilhão na BR-364. Neste ano os investimentos são de aproximadamente R$ 300 milhões. A participação do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff na liberação de recursos e na garantia financeira de execução da obra foi fundamental para que essa nova página na história acreana pudesse ser escrita. Apesar da obra encontrar duras críticas por parte de setores da oposição, deputados de situação e oposição se posicionaram a favor da obra por entender que ela é maior que a política, pois é extremamente necessária para o desenvolvimento econômico e social do Acre.

“Tudo o que for preciso fazer para esta obra da BR terá o meu apoio, porque acredito que o senhor tem dado o seu melhor. Essa obra é do povo do Acre, ela é maior que um governo, que um projeto. Eu acredito em Deus e creio que ele está neste projeto”, disse o deputado estadual de oposição, Jamil Asfury.

Moisés Diniz, líder do governo na Assembleia Legislativa, falou sobre as oportunidades que a BR está criando e citou a fábrica de laminados de madeira que está em construção em Tarauacá. “Ela vai empregar 1.200 jovens e isso traz novos horizontes, traz desenvolvimento e renda para essa região”, observou.

A deputada Maria Antônia, que nasceu em Brasileia, mas morou por muitos anos em Rodrigues Alves, disse, emocionada, que saiu do isolamento. “Eu ficava muito triste quando as pessoas diziam que eu vivia isolada. Mas hoje eu posso erguer a cabeça e comemorar, posso voltar lá e dizer que isso mudou”.

“Eu nasci em Mâncio Lima e lá vivemos no isolamento por muitos anos. Até mesmo a ligação por aviões não era feita com freqüência. Hoje o Acre vive um novo momento, um novo cenário, e podemos dizer que estamos integrados. Agora há uma nova geografia econômica e social e isso é uma grande vitória para o povo acreano”, disse o deputado federal Taumaturgo Lima.

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