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Mulher vira marceneira após separação e fatura até R$ 3 mil por mês

Mulher encontrou na marcenaria alternativa para sustento da família. Marceneira aprendeu ofício após fim do casamento.
Vanísia NeryDo G1 AC
Maria José é marceneira há 15 anos, em Rio Branco (Foto: Vanísia Nery/G1)Maria José é marceneira há 15 anos, em Rio Branco (Foto: Vanísia Nery/G1)
Com uma profissão nada comum entre as mulheres, Maria José Macedo de Almeida, de 48 anos, moradora de Rio Branco (AC), trabalha há 15 anos no ramo da marcenaria, mas confeccionar móveis e o objetos em geral com madeira nem sempre foi a sua profissão. A mulher que se destaca atualmente entre os mais de 400 marceneiros homens registrados no estado do Acre, era apenas uma dona de casa que dedicava sua vida a cuidar do marido, da casa e dos filhos. Após o fim do casamento, o amor pela marcenaria foi descoberto.
Em busca de uma renda para manter a filha e o filho, a mulher enxergou na marcenaria uma alternativa para o sustento da família. Foi com o vizinho marceneiro que Maria aprendeu o ofício que lhe garantiria uma renda extra.
“Quando me separei, não tinha condições de me sustentar e comecei a olhar o vizinho que tinha uma marcenaria. Devagarzinho fui aprendendo e fazendo os meus próprios móveis”, relembra a marceneira.
A mulher conta que no início o trabalho foi difícil, chegando em alguns momentos a pensar em desistir, mas a força de vontade e o amor pela profissão falaram mais alto.
“Fui me aprimorando devagar, fiquei lutando muito tempo. No começo era muito difícil, já estava até pensando em desistir devido as dificuldades. Recebi um convite para participar do I Encontro dos Marceneiros e lá tive a oportunidade de superar essas dificuldades”, conta.
A marceneira participa há três anos da Cooperativa Coopermóveis, de Rio Branco, e  consegue faturar por mês até R$ 3 mil. Maria José relata que com o passar dos anos o design dos móveis melhorou, como também a valorização dos trabalhos confeccionados por eles.
“Hoje está mil maravilhas, melhorou bastante. Antes era muito difícil, as máquinas eram todas praticamente manuais, a gente tinha que usar serrote, martelo, tudo na força mesmo.  Hoje  temos máquinas modernas com várias utilidades”, diz a mulher ao lembrar os desafios do passado.
Maria José acredita que faz a diferença. Atuando entre um grande número de homens e se destacando no meio da classe, ela acredita que o amor é o segredo principal para exercer qualquer profissão com desempenho.
“Eu me acho muito importante, pois como mulher lutei bastante para fazer a diferença e ocupar meu espaço. As pessoas sempre me procuram para fazer os móveis, sempre tento colocar um detalhe a mais no acabamento, fazer tudo com muito amor. Esse é o segredo”, garante.
Em busca de mostrar os avanços da classe e as dificuldades ainda existentes, nesta terça-feira (1)  a marceneira participou do III Encontro Estadual dos Marceneiros do estado do Acre, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Florestal (Sedens), em Cruzeiro do Sul (AC). Para ela, apesar da legalização na compra de madeiras e avanços no apoio à classe com maquinários, ainda existem alguns pontos que podem ser melhorados. 
G1

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