O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se pronunciou a respeito do início das obras da ponte sobre o Rio Madeira, em Rondônia. Nesta quinta-feira, 21, técnicos do órgão realizaram no Distrito de Abunã a primeira reunião pública para falar sobre a desapropriação, a descrição dos imóveis que serão atingidos e o cronograma da obra.

“A parte de sondagem do solo já foi concluída em julho e a expectativa é de que as obras se iniciem agora no mês de setembro. Houve um atraso por conta da enchente do Rio Madeira, situação que obrigou a empresa responsável a fazer alterações no projeto da ponte”, explicou o superintendente regional do Dnit, Fabiano Martins.

Quatro imóveis próximos à construção da ponte serão desapropriados. ”Vai ser contratada uma empresa para cuidar do inventário e também do pagamento dessas propriedades. O processo já está bem adiantado”, completou.

Simão Mota é proprietário de umas das áreas que será desapropriada. Segundo ele, a construção da ponte é uma reivindicação antiga que finalmente começa a acontecer. “Eu acredito que agora, com a ponte, vai ficar tudo mais fácil. Os produtos que vêm de fora vão ficar mais baratos para nós consumidores. Vai melhorar muito”, ressaltou.

Diariamente, cerca de 580 veículos, entre carros de passeio, carretas e caminhões, utilizam as balsas para a travessia pelo Madeira para poder seguir viagem via terrestre. Só na espera pelo embarque, os motoristas chegam a ficar na fila até duas horas e meia, além de mais 20 minutos no percurso fluvial.

Para Cléber Marcos, caminhoneiro há mais de 20 anos, a ponte será a solução dos transtornos que muitos caminhoneiros passam principalmente, no momento da travessia de balsa. “Para nós vai ser uma maravilha. Não vamos mais precisar pagar 90 reais de balsa, e o pior, esperar tanto tempo na fila. Isso atrasa muito o nosso serviço”, completou Cleber.

Além de fortalecer as rotas turísticas com a ligação com o Peru e a Bolívia, o empreendimento terá um forte impacto positivo para a economia acreana, como explica o superintendente da Fecomércio, Egídio Garó. “Nós temos dificuldades de acesso dos produtos que abastecem o estado, principalmente via rodoviária, devido à morosidade e aos altos custos. Então, com a construção da ponte, o que se espera é um fluxo mais rápido das cargas e mercadorias a um custo menor, o que teoricamente pode diminuir os preços no setor comercial de varejo no Acre”, frisa.

No início deste ano, o Acre chegou a ficar isolado via terrestre por conta da maior enchente da Amazônia Ocidental. O nível do Madeira chegou a medir 19,97 metros acima da cota normal.

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