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Apae cria repelente à base de óleo de andiroba para combater a dengue

Repelente natural foi lançado nesta quinta-feira, em Cruzeiro do Sul.
Município já notificou mais de 7,7 mil casos de dengue este ano.

Vanísia NeryDo G1 AC
Apae trabalha na fabricação de repelente desde julho (Foto: Vanísia Nery/G1)Apae trabalha na fabricação de repelente desde julho (Foto: Vanísia Nery/G1)
A população de Cruzeiro do Sul(AC), que vem sofrendo com a dengue desde fevereiro deste ano, ganhou um aliado no combate ao mosquito. Nesta quinta-feira (23), alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) lançaram um repelente à base de óleo de andiroba contra os transmissores da dengue e da malária. A Apae trabalha na fabricação do produto natural desde julho deste ano.
O óleo da semente de andiroba (árvore nativa da Amazônia) é a principal matéria prima utilizada para a fabricação do produto. O óleo possui um sabor amargo que, segundo Manoel Bezerra de Souza, de 66 anos, responsável por ministrar o curso para os estudantes, é o principal motivo para os mosquitos não se aproximarem das pessoas que usam o repelente.
Repelentes são fabricados à base de óleo de andiroba (Foto: Vanísia Nery/G1)Repelentes são fabricados à base de óleo de andiroba (Foto: Vanísia Nery/G1)
“A matéria prima é tirar o óleo da semente da andiroba, que na região tem bastante. O óleo de andiroba é amargo, pode até mesmo ser usado puro no corpo sem as outras misturas. Isso é o principal motivo que faz os mosquitos ficarem longe”, explicou.
A técnica é utilizada por indígenas para afastar os mosquitos, eles quebram a semente e extraem o óleo.  O método foi apenas aperfeiçoado pela Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), que  elaborou a fórmula do repelente natural, utilizando além do óleo da andiroba na fabricação, também a glicerina, álcool de cereais e essência de eucalipto ou citronela. De acordo com Manoel Bezerra, o repelente pode ser produzido até mesmo em casa.
“Basta pegar esses produtos e misturar a quantidade certa e teremos o repelente pronto para afastar esses mosquitos. Eu aprendi essa fórmula na Funtac, e agora estou passando para os alunos na Apae e para os familiares que estão aprendendo”, afirma.
Segundo ele, a andiroba é reconhecida pelo Ministério da Saúde do Brasil como possuidora de propriedades fitoterápicas, sendo ainda um ótimo hidratante para a pele, antisséptico, anti-inflamatório e regenerador do tecido cutâneo.
Para o estudante André Ramon, de 24 anos, é uma grande alegria poder participar da oficina de qualificação profissional, mas ele lembra que além do repelente, a população tem que limpar suas residências para evitar a presença do mosquito.
André testou e aprovou o repelente (Foto: Vanísia Nery/G1)André testou e aprovou o repelente (Foto: Vanísia Nery/G1)
“Já levei esses repelentes para casa e usei. O repelente é importante para combater a dengue, porque a gente precisa ter saúde. Temos que lavar também a caixa d'água e limpar o quintal  para não ter mosquito”, alerta o estudante.
Durante o lançamento do repelente, a Secretaria de Saúde Municipal realizou palestra na Apae abordando os cuidados que devem ser tomados  para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti nas casas. A secretária de saúde, Lucila Bruneta, considera fundamental o desenvolvimento do trabalho de fabricação do repelente pelos alunos da Apae.
“Isso é importantíssimo nesse momento que estamos vivendo essa epidemia, com mais de 7.700 casos confirmados de dengue. Estamos na Apae também fazendo a conscientização das famílias e damos os parabéns pela iniciativa do repelente”, parabenizou a secretária.
As oficinas de qualificação profissional oferecidas pela Apae para os alunos e pais é patrocinada pela Petrobras. Além da fabricação do repelente os alunos aprendem a fabricar sabonete e produtos artesanais com o buriti.

“Estamos lançando esse produto que vem sendo confeccionado desde o início do nosso projeto. Nesse momento estamos fazendo uma campanha de combate à dengue em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. A Apae estará junto com a nossa comunidade nesse combate. A venda dos produtos ainda não estão acontecendo pois ainda estamos na fase de qualificação. Após dois anos de qualificação vamos montar a cooperativa e vender todos os produtos fabricados aqui”, explicou a coordenadora de projetos educacionais da Apae, Karen Carvalho.
G1

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