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Um tribunal comandado por valorosas mulheres

As desembargadoras Cezarinete Angelim e Denise Bonfim foram eleitas nesta quarta, 26, para comandar o Tribunal de Justiça do Acre no biênio 2015-2017. Por não se dobrarem e agirem dentro da lei, ambas já foram criticadas por lideranças do atual governo e chamadas de “mal resolvidas” por causa de posturas adotadas no julgamento do escândalo conhecido como G7.
Contrariando o que se previa – principalmente após os desdobramentos do caso G7 – o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Acre elegeu por unanimidade em sessão administrativa iniciada na tarde desta quarta (26) as desembargadoras Cezarinete Angelim e Denise Bonfim como presidente e vice-presidente, respectivamente, para o biênio 2015-2017. Antes da eleição, comentava-se no meio político e nos bastidores do Poder Judiciário uma possível alteração no regimento interno da Corte para desfavorecer a eleição das desembargadoras consideradas linha dura em decisões desfavoráveis ao governo na Operação G7 desencadeada pela Policia Federal que em maio de 2013 prendeu secretários de estado, empresários e até um sobrinho do governador Sebastião Viana.
INELEGÍVEIS – Foram considerados inelegíveis no processo os desembargadores Roberto Barros [atual presidente do TJ], Eva Evangelista, Samoel Evangelista, Pedro Ranzi e Adair Longuini [todos ex-presidentes ou que exerceram cargo de direção por quatro anos].
A ELEIÇÃO – Com base na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) e no Regimento Interno, o desembargador Roberto Barros entendeu que dos elegíveis poderiam concorrer ao cargo de presidente as desembargadoras Cezarinete Angelim e Denise Bonfim e o desembargador Francisco Djalma, decisão que foi acatada pelos demais membros do Pleno. Em votação, a desembargadora Cezarinete Angelim foi escolhida por 11. Cezarinete se absteve.
O critério de escolha cargo a cargo valeu para as demais votações. Assim, além do nome de Denise Bonfim e Francisco Djalma, a desembargadora Valdirene Cordeiro compôs a lista de elegíveis para vice-presidente.
Os desembargadores Francisco Djalma e Denise Bonfim divergiram do critério de escolha cargo a cargo. Para eles, os elegíveis são tão somente os que se encontram em número iguais ao número de cargos concorrentes. Neste caso, Denise Bonfim e Francisco Djalma seriam automaticamente vice-presidente e Corregedor. Embora tenha sido voto vencido neste entendimento, a desembargadora Denise Bonfim venceu a eleição para vice-presidente do TJAC com onze votos. Ela também se absteve de votar nesse processo.
Na eleição para corregedoria concorreram: Francisco Djalma, Valdirene Cordeiro e Regina Ferrari. Denise Bonfim e Francisco Djalma voltaram a divergir do critério de escolha adotado pelo presidente Roberto Barros e discordaram da inclusão na lista de elegíveis do nome de Regina Ferrari. Foi a votação mais apertada da sessão. Regina Ferrari conseguiu se eleger com 7 votos. Em segundo lugar ficou Francisco Djalma com 4 votos. Regina Ferrari se absteve.
Donas do poder
Veja como ficou a composição dos demais cargos:
Câmara CriminalFrancisco Djalma – Presidente
1ª Câmara CívelLaudivon Nogueira – Presidente
2ª Câmara CívelValdirene Cordeiro – Presidente
Escola do Poder JudiciárioSamoel Evangelista – Diretor
Coordenador dos JuizadosFrancisco Djalma

Presidente e vice-presidente eleitas para o TJAC já foram chamadas de “mal resolvidas”

A futura presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Maria Cezarinete foi a responsável por levar o processo da Operação G7 – desencadeada pela Policia Federal em maio de 2013 – ao Supremo Tribunal Federal.
Junto com a desembargadora Denise Bonfim [futura vice-presidente] Cezarinete defendeu a tese de que o Tribunal de Justiça do Acre estaria impedido de julgar a ação devido às ligações políticas de seus membros com pessoas presas na Operação G7.
A postura das desembargadoras culminou com um ato de desagravo pelo Partido dos Trabalhadores. Na época, até a primeira dama do Estado, Marlucia Cândido, se manifestou afirmando que as magistradas aplicaram uma rasteira nos demais desembargadoras e as acusou de despreparo.
“Há mulheres que por destrambelhamento nos envergonham; são duas mulheres que estão nos envergonhando, pois não basta ser mulher, tem que ter caráter”, disse, à época – LEIA CONTEÚDO COMPLETO AQUI
Outro que pegou pesado contra a postura das magistradas foi o senador petista Aníbal Diniz [PT-AC], ele chegou a chamá-las de “mal resolvidas e amarguradas”.
Cezarinete Angelim e Denise Bonfim serão presidente e vice-presidente respectivamente do Tribunal de Justiça do Acre no biênio 2015-2017.
http://www.ac24horas.com/2014/11/26/um-tribunal-comandado-por-valorosas-mulheres/

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