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Rio invade Estação de Tratamento e plano tenta evitar desabastecimento

Depasa instalou muretas de contenção e bombas de sucção para tirar água.
Captação de água ficará comprometida caso Rio Acre chegue em 18,50m.

Caio Fulgêncio e Janine BrasilDo G1 AC
Água invadiu Estação de Tratamento de Água (ETA), em Rio Branco; Imagem desta quarta-feira (4) (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Água invadiu Estação de Tratamento de Água (ETA2), em Rio Branco; Imagem desta quarta-feira (4) (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
A Estação de Tratamento de Água (ETA), responsável pelo abastecimento de 65% da cidade Rio Branco, localizada no bairro Sobral, foi invadida pelas águas do Rio Acre, nesta quarta-feira (4). Para evitar que a água chegue ao sistema de captação da ETA II, comprometendo o abastecimento da cidade, um plano foi montado pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa). Segundo o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães, se o rio atingir a cota de 18,50 metros, a estação terá que ser desligada. Nesta quarta-feira (4), o nível do rio chegou 18,37 metros na medição das 14h (horário local). Ou seja, faltam apenas 13 centímetros para que a água alcance o local.
Uma das medidas emergenciais adotadas foi a construção de muretas de concreto para evitar que as águas cheguem à subestação de energia. Se atingida, todos os equipamentos precisarão ser desligados. Além disso, em torno de quatro bombas de sucção são usadas para retirar a água que já chegou ao setor de bombeamento.
"Estabelecemos dois planos de contingência. O primeiro previa o desligamento da captação quando o rio atingisse a cota de 18,31 metros, mas fizemos um mutirão, trouxemos técnicos da Eletrobras, trabalhamos com a equipe técnica e conseguimos um segundo plano. Depois de muitas avaliações, ganhamos mais alguns centímetros e vamos conseguir segurar até 18,49 metros com a tolerância máxima de 18,50 metros", explicou o diretor-presidente.
Magalhães disse que se o Rio Acre atingir a cota de 18,50 metros "não há o que fazer", a não ser desligar a captação de água de Rio Branco. "Se não desligarmos, a complicação, caso essa água atinja os cabeamentos, é comprometer toda a parte de automação. Para recuperar, isso vai demorar mais de um mês. Então, nesse caso, é melhor ficar dois dias sem água do que um mês inteiro".
Com bombas de sucção, equipe do Depasa retira a água, que já invadiu o setor de bombeamento. (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Com bombas de sucção, equipe do Depasa retira a
água, que já invadiu o setor de bombeamento.
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)
O diretor-presidente do Depasa falou ainda que se a captação de água for realmente suspensa, a prioridade será atender os hospitais e abrigos públicos. "Se por acaso nós tivermos que entrar em um racionamento, vamos ter que abastecer os locais com carros-pipa. Hospitais e abrigos serão prioridade. Esperamos que isso não ocorra e que o rio baixe", falou.
Magalhães pede que a população tenha compreensão e entenda o momento que a cidade de Rio Branco enfrenta. "Pedimos que a população armazene água por medida de precaução e que entenda este momento que estamos passando. Queremos informar que temos uma equipe que está de prontidão para tentar evitar que o pior aconteça", acrescenta.
Depasa diz que se água chegar a 18,50 metros máquinas serão desligadas (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Depasa diz que se água chegar a 18,50 metros máquinas serão desligadas (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Pior desastre da história
No dia 1º de março, Rio Branco decretou estado de calamidade pública devido à cheia do Rio Acre. Desde então, o rio já alcançou mais de 50 bairros e desabriga 8,7 mil pessoas, até esta quarta. No entanto, afeta diretamente mais de 86 mil habitantes.

A capital do Acre vive o pior desastre natural de sua história. Três pontes e seis ruas foram interditadas na região do centro da cidade. Segundo a Eletrobras Distribuição Acre, 20.629 edificações tiveram a energia cortada. As aulas nas escolas públicas e particulares foram suspensas e o governo decretou ponto facultativo nas repartições públicas até sexta-feira (6).
Nesta quarta, a força da correnteza começou a ameaçar a Ponte Metálica e 8 caçambas carregadas com brita foram colocadas sobre a estrutura para dar estabilidade. A entrada do Terminal Urbano também foi inundada pelas águas.
Uma operação de guerra foi montada pelo governo estadual para dar suporte às milhares de famílias atingidas pela cheia. Quase 30 abrigos, entre públicos e comunitários, foram preparados para receber as vítimas.
Muretas foram construídas para evitar que água alcance a subestação de energia na ETA II (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Muretas foram construídas para evitar que água alcance a subestação de energia na ETA II (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

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