No AC, jovem diz ter sido questionada sobre filho antes de ser violentada
Adolescente de 15 anos diz que foi abusada por dois homens na quarta (5).
Caso ocorreu na Rua 1° de Abril, no bairro Sobral, em Rio Branco.
Uma adolescente de 15 anos diz ter sido abusada por dois homens na Rua 1° de Abril, no bairro Sobral, em Rio Branco, na noite da quarta-feira (5). Ela conta que chegou a ser questionada se já tinha sido mãe antes de sofrer a violência. De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado na Delegacia do Menor.
Segundo a jovem, os dois homens estavam em uma motocicleta e a abordaram por volta das 21h30, momento em que voltada para casa, após comprar um lanche próximo ao local onde mora. Ela tinha ido à lanchonete com duas amigas, mas elas não puderam acompanhá-la no retorno.
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"Dois homens de moto pararam e um colocou a arma nas minhas costas. Eles disseram para eu não reagir. Cada um segurou em um braço meu e me levaram para um matagal perto. Perguntaram se eu já fui mãe e eu disse que sim", relembra a menina. Ela diz que engravidou aos 14 anos, mas perdeu o bebê.
A adolescente conta que, inicialmente, os suspeitos disseram que não iam machucá-la. No entanto, acabam praticando a violência. "Eles disseram que não iam fazer nada comigo, porque pensaram que eu tinha um bebê em casa, mas os dois abusaram de mim. Nem gritei, porque um estava com a arma na minha cabeça", acrescenta.
De uma família de sete irmãos, a jovem diz que a família mora no bairro há mais de 30 anos e nunca tinha passado por uma situação dessas. Ela fala também que, apesar dos suspeitos estarem com máscaras no rosto, consegue reconhecer um deles. " Sempre sai de casa à noite, nunca tinha acontecido nada", ressalta.
A empregada doméstica e mãe da vítima, Sebastiana da Silva, de 43 anos, revelou que não queria que a filha saísse e só permitiu depois de muita insistência da jovem. Ela tinha pedido para ir lanchar e eu disse que não, que era melhor ela não sair.
"Ela insistiu e disse que voltava logo, então, foi com uma amiga. Depois de algum tempo, a minha outra filha disse que ela [vítima] estava chorando e falando no telefone. Ainda não conversei sozinha com ela. Vou esperar ela ficar melhor, porque ainda está muito apavorada. Quando ela estiver mais calma, converso e tento entender melhor o que aconteceu", disse.
Sebastiana conta que sempre conversa com os filhos e aconselha-os a não ficarem na rua. "Alguém tem que ser punido. A gente fala, conversa e explica como é a vida. Sempre digo que quando a mãe ou o pai diz para não ir, é melhor não ir. Foi desobediência dela", finaliza.
Ainda na noite da quarta, a jovem afirma que esteve na Maternidade Bárbara Heliodora para a realização de exames comuns a casos de abuso. Na manhã desta quinta-feira (6), ela esteve no Instituto Médico Legal (IML) para o corpo de delito.