Site Cultural de Feijó

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Colonia de Pescadores e WWF, realizam captura de pirarucus para colocarem rastreadores

Pescadores do município acriano de Feijó, distante 366 km da capital Rio Branco, realizaram capturas de pirarucus para realizarem chipagem com rastreadores e por meio de aplicativos de celular para monitorar os lagos da região onde é feito o manejo da pesca do pirarucu. A iniciativa é parte de um projeto da WWF-Brasil, que tem a parceria com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a colonia de pescadores de Feijó. Além da cidade acriana, a ONG só desenvolve esse projeto na região do Xingu, no estado do Pará.
Oviedo explica que, para o manejo da pesca, é indispensável a coleta de informações confiáveis e os aplicativos estão informatizando um registro, que anteriormente era feito apenas em papel. A WWF disponibilizou alguns smartphones para que o monitoramento fosse feito.
"Para a atividade da pesca é necessário que se tenha um componente de monitoramento que colete informações para que se possa, periodicamente, avaliar a efetividade das medidas de pesca que estão sendo implementadas. Temos trabalhado na construção de 'acordos de pesca', que são processos participativos em que a própria comunidade decide as regras, como e quando deve ser a pesca e que tipo de espécie pode ser pescada", fala.
As informações registradas nos aplicativos - como características dos pescadores, tamanho do peixes e até denúncias de crimes ambientais - são enviados a um banco de dados. Pelo menos uma vez por mês, ocorre uma reunião na sede da Colônia de Pescadores e Aquicultores de Feijó, que reúne os trabalhadores distribuídos nas comunidades, no interior da floresta. Durante esses encontros, o conteúdo registrado é discutido.
Além de colaborar com a comunidade, de acordo com o especialista, as informações devem ser usadas para a certificação ambiental do manejo do pirarucu em Feijó. "Para isso, uma das exigências é acompanhar a pescaria para avaliar se a pesca do pirarucu não está prejudicando outras espécies desse ecossistema. Por isso, o monitoramento acompanha a produção pesqueira de outras espécies. Dessa forma, eles vão refinando as estratégias de pescaria", diz. 

O pescador Charles Guimarães, de 36 anos, também presidente da colônia de pescadores, considera que a nova forma de organizar o manejo do pescado otimiza o trabalho. Para ele, também é uma oportunidade de unir a categoria para intensificar práticas de conservação das águas, como evitar a derrubada na beira de rios e lagos. "Para a gente é um avanço na pescaria, porque os smartphones são usados também no desembarque do peixe na cidade. Podemos saber quantos são pescados, o tamanho e, a cada ano, vamos saber se a quantidade de peixe aumentou ou diminuiu. 

Além de sabermos quanto foi pescado em cada lago. Para a colônia é muito bom", acrescenta. A meta da WWF é que o projeto atinja 20 lagos com esse tipo de sistema de manejo no Acre, aponta o especialista de pesca. Até o momento, nove lagos são monitorados com os aplicativos, o que beneficia em torno de 240 famílias. 

Aplicativos Um dos aplicativos é o "Comunidade" que, segundo Oviedo, serve para registrar as moradias da comunidade com fotografia e coordenadas em GPS, uma vez que, na grande maioria das vezes, localizam-se no interior da floresta amazônica. Trata-se de um levantamento socioeconômico de todos os que vivem da pesca no local.

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