Maternidade usa óleo de castanha para auxiliar em parto normal no AC
Número de incisões em grávidas caiu de 70% para 0,8%, diz coordenadora.
Óleo vegetal também é usado em massagens relaxantes antes do parto.
Para auxiliar as grávidas durante o parto normal, médicos e enfermeiras da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, passaram a usar óleo vegetal de castanha como deslizante natural durante a expulsão fetal. O óleo é doado por uma empresa do Acre e usado também em massagens relaxantes durante o trabalho de parto.
Para as mães, o uso do óleo significa uma redução de incisões como a episiotomia, corte na região entre a vagina e o ânus. De acordo com a coordenadora da sala de Parto da maternidade de Rio Branco, Ruslana Sabóia, o número de incisões que antes era de 70% chegou a 0,8%.
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Sem incisões, as mães se recuperam rapidamente, podem caminhar e não correm risco de infecção. A coordenadora conta que em outros estados são usados também óleos minerais, mas o óleo vegetal de castanha foi escolhido pelas propriedades deslizantes e também por ser encontrado em abundância no Acre.
"Hoje é comprovado que a episiotomia é nociva para a mulher e causa dor durante o ato sexual, sem esse corte a mãe segue uma vida sexual normal. O óleo de castanha foi escolhido por ser regional e apresentar efeitos benéficos. Quando o bebê está perto de nascer o óleo ajuda no desprendimento da cabeça do feto, pois desliza", explica Ruslana.
Segundo a enfermeira obstetra Jorgeane Melo, a técnica passou a ser utilizada há mais de três anos após um curso de assistência ao parto normal humanizado em parceria com o Ministério da Saúde realizado no Rio de Janeiro.
"Na saída do bebê, no preparo do canal do parto e quando o bebê começa a coroar na expulsão fetal nós utilizamos o óleo e fazemos a massagem no períneo e evitamos o corte como a episiotomia. Com o óleo há um preparo melhor desse canal", conta a enfermeira.
Jorgeane relata que o óleo também é misturando com essências, como a de lavanda, e usado em massagens relaxantes para acalmar as grávidas. Ela destaca que a técnica também auxilia no trabalho de médicos e enfermeiros, pois deixa a paciente mais calma durante o parto.
Antes do óleo, já eram usadas técnicas como a bola de borracha, cadeira de balanço (cavalinho) e banho morno para humanizar o parto.
"Massageamos as costas e região sacro como forma de relaxamento. Através da massagem você consegue acalmar a grávida, fazer com que ela fique mais tranquila para que não se desespere caso haja problemas durante o trabalho de parto. Ou seja, o óleo é usando antes e durante o parto na expulsão do feto", finaliza.
