Aulão do Enem tem professor-robô e dama da morte para animar alunos
As aulas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio de 2015, realizada nas três semanas que antecedem a prova, se tornaram uma atração para mais de 40 alunos do terceiro ano da Escola Glória Perez, em Rio Branco. Nas salas de aula, os professores se transformam em Robocop, Samara Morgan, personagem do filme 'O chamado', Dama da Morte e outros personagens da cultura pop. Tudo para atrair a atenção dos alunos para os conteúdos.
O professor Carlos Ferreira dá aula de matemática na escola e conta que essa é a terceira edição do aulão preparatório do Enempara as turmas do terceiro ano. Ferreira diz que a ideia dos professores usarem fantasias surgiu para a edição deste ano.
"É um projeto da escola para a gente trabalhar as três ultimas semanas do Enem fazendo a revisão de todas as disciplinas. São dois professores por noite, e eles podem vir caracterizados para fazer a aula. Vim vestido de Homem de Ferro para chamar a atenção deles. À medida em que eles prestam atenção nos movimentos, também estão atentos à explicação. A ideia é tirar um pouco o foco deles do celular ou de qualquer outra distração", conta.
Ferreira diz que usar a fantasia dá trabalho, além de ser muito quente. "Atrapalha também nos meus movimentos. Para virar para os alunos, eu tinha que girar feito um robô. Depois de usar a fantasia, fiquei com uma marca roxa no braço, mas tudo vale a pena para prender a atenção dos meu alunos", conclui.
A professora de inglês, Stephanir da Luz, se vestiu como a personagem Samara do filme 'O Chamado', para dar uma aula sobre o Halloween. "A gente se reuniu com a coordenação da escola, que deu a ideia de fazermos alguma coisa que chamasse a atenção dos alunos, mesmo que fosse fantasiado. Então, nossa ideia imediata foi de usar personagens para atraí-los de qualquer forma, já que está chegando perto do Enem e é importante que eles estejam preparados", diz.
Os alunos da escola aprovaram o método. A estudante Ester Souza de Castro, de 17 anos, está no terceiro ano e diz que tem estudado ao menos nove horas por dia para fazer o Enem. Ela conta que é difícil a rotina de estudos, e afirma que a ideia dos professores se fantasiarem, acabou sendo um atrativo para não deixar de ir a nenhuma aula.
"Essa é a segunda vez que faço Enem. Vou tentar uma vaga no curso de medicina e se Deus quiser, irei conseguir. Tenho me dedicado bastante este ano, principalmente focando nas disciplinas que pesam mais para o curso que eu quero. Os aulões têm me ajudado muito, até porque os professores focam nas questões de exames anteriores. Além disso, as fantasias são tão legais que até o sono passa", conta.
O estudante Lucas de Oliveira, de 18 anos, conta que mesmo não sendo obrigatório participar dos aulões, ele não perdeu nenhum dia. Segundo Oliveira, as duas horas de aula são muito agradáveis e chegam a passar rápido.
"Os professores estão vindo fantasiados para chamar nossa atenção. Fica mais fácil de aprender e desperta curiosidade. Fico sempre me perguntando qual fantasia o professor vai usar na próxima aula. A gente acaba vendo o lado humorado dos professores, porque somos acostumados a vê-los vestidos com roupas normais e muito sérios. À noite quando se fantasiam, parece que se transformam", diz.
Cartão das provas
Os cartões de inscrição estão disponíveis no endereço enem.inep.gov.br/participante. Para verificar as informações é necessário informar o número do CPF e senha.
Cartão só pela web
Neste ano, pela primeira vez, o Ministério da Educação não vai encaminhar a versão impressa pelos Correios. O exame tem 7.746.118 inscritos e será aplicado nos dias 24 e 25 de outubro.
Outra novidade é que o candidato poderá salvar o cartão em seu computador no primeiro acesso para não ter de voltar ao sistema.
A recomendação do MEC é para que os candidatos visitem o local dias antes do Enem, para evitar imprevistos. No Twitter, participantes do Enem usaram as redes sociais para criticar e elogiar as escolhas dos locais de prova. Como regra, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) busca colocar os alunos em escolas a até 30 km da residência do candidato.
