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Lei quer fiscalizar venda de açaí após mortes por doença de chagas no AC

Audiência em Cruzeiro do Sul discutiu a comercialização do fruto.
Duas pessoas morreram vítimas da doença de chagas no interior do estado. 

Anny BarbosaDo G1 AC

O agricultor Maurício da Conceição, de 64 anos, diz que toma mais cuidado ao fazer o açaí  (Foto: Anny Barbosa/G1)Lei quer designar Vigilância Sanitária para fiscalizar produção e venda de açaí  (Foto: Anny Barbosa/G1/Arquivo)
Depois que o Acre registrou as primeira mortes em decorrência da doença de chagas, órgãos públicos e produtores de açaí e vinhos se reuniram em uma audiência pública, em Cruzeiro do Sul, para debater a criação de uma lei para fiscalizar a comercialização do fruto e recuperar a confiança dos consumidores novamente, pois desde das mortes, a venda do açaí teve queda na região.
O gerente regional do Serviço de apoio às micro e pequenas empresas (Sebrae), Manuel Orleilson, disse que houve grande queda nas vendas após a doença ter sido contraída pelo açaí.
“Com esse problema, observamos uma queda de 90% na comercialização do açaí emCruzeiro do Sul, deixando vários empresários e microempresários em situação difícil. Buscamos com os demais órgãos para construir medidas para que a população possa ter confiança em consumir o vinho novamente”, explicou.
Uma lei municipal deve ser criada nos próximos meses com o intuito de, por meio da Vigilância Sanitária, fiscalizar os vinhos comercializados. Ione Bezerra, coordenadora da vigilância, disse que essa legislação vai respaldar as ações do município.
“A vigilância não possui atualmente nenhuma legislação específica que possa respaldar os produtores e realizar ações no sentindo de orientar e cobrar que os procedimentos corretos sejam realizados”, disse.
O produtor Evandro Vilanova, de 42 anos, é produtor de açaí e buriti e afirma que a queda nas vendas foi grande e que espera que essa legislação possa dar segurança aos consumidores. “Há sempre uma preocupação na higienização dos alimentos e estamos trabalhando no incentivo do consumo, além de mostrar que trabalhamos da forma correta. Essa lei pode voltar a dar segurança a população,”, afirma.
Mortes por doença de chagas
Desde o começo de março, o G1 acompanha o drama do agricultor Hernandes da Costa, de 41 anos, que perdeu o filho, Francisco Costa, e a nora, Celiana Silva, para a doença. Inicialmente, a doença de chagas era apenas uma suspeita, mas o diagnóstico foi confirmado no dia 11 de março.
Duas filhas do agricultor, uma de 12 e outra de 24 anos, ficaram internadas no Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul com a doença e depois foram liberadas. A de 12 anos ficou com uma lesão no coração.
Em maio deste ano, a Fiocruz esteve no Vale do Juruá, onde foram registrados nove casos suspeitos da doença. A coordenação, que trata sobre doença de chagas no Acre, visitou as cidades da região do Vale do Juruá, como Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima,Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. A medida fez parte de uma campanha de prevenção e conscientização após a região registrar nove casos da doença.

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