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Pai acusa maternidade de enterrar feto sem autorização no interior do AC

Indígena deu à luz no banheiro da maternidade em Cruzeiro do Sul.
Maternidade nega acusação e diz que foi acompanhado pela Casai.

Anny BarbosaDo G1 AC

Agricultor diz que enterro do feto foi sem consentimento da família  (Foto: Anny Barbosa/G1)Agricultor diz que enterro do feto foi sem consentimento da família (Foto: Anny Barbosa/G1)
Após perder o bebê que esperava, a família da indígena Maria Rosa da Silva, acusa a maternidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, de enterrar o feto sem autorização. Grávida de seis meses, a índia foi para a maternidade após ter sangramento e perda de líquido na última segunda-feira (16). O pai da criança, o agricultor Antônio da Silva Maia, de 47 anos, diz que não foi informado sobre o encaminhamento da saída do corpo e nem do sepultamento.
A gerência do hospital informou que todo o procedimento foi acompanhado pela assistência social da Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai) e se pôs à disposição da família para esclarecimentos.
O agricultor conta que a mulher deu à luz no banheiro da maternidade. “As dores foram aumentando, ela foi ao banheiro, quando fui lá atrás dela, ela disse que o bebê tinha nascido e estava pendurado nela", alega.
O atestado de óbito aponta Síndrome da Angústia Respiratória causada pela prematuridade. O gerente de assistência à saúde, Fernando Rossi, alega que não houve nada de errado no atendimento à indígena.
"Todo o procedimento pós-morte foi acompanhado pelo nosso serviço social em conjunto com a assistência social da Casai, que presta esse apoio aos indígenas. As informações preliminares que obtivemos é que o procedimento foi realizado de forma correta”, explica o gerente.
‘Só vi meu filho duas vezes'
Maia se emociona ao lembrar do filho que teria sido enterrado sem sua autorização e diz que nem sabe onde o corpo da criança está sepultado. A família, revoltada, ainda procurou informações na funerária e foi informada que já tinham enterrado a criança no cemitério de Cruzeiro do Sul, sendo que a família mora na tribo indígena Apolima-Arara da aldeia Ilda Siqueira, próximo de Mâncio Lima.

“Como que vão enterrar uma criança sem a presença de um familiar? Só vi meu filho duas vezes. Além da dor da perda do filho, todos nós estamos revoltados com todo o descaso por parte da maternidade, da funerária e da Funai, que autorizou essa liberação sem a presença do pai”, desabafou.
O proprietário da funerária, Edmar Azevedo, disse que só agiu conforme a liberação da maternidade. “Nesse caso, que o pai não acompanhou, nós fizemos nossa parte, mas, nunca em desacordo com a família”, explica.
A assistente social da Casai, Glória Oliveira, informou ao G1 que o pai foi deixado na maternidade como acompanhante com todos os papéis necessários para o sepultamento do bebê e informou à maternidade que o pai deveria estar presente.“Todas as informações foram entregues para o assistente social da maternidade, que foi avisado de tudo e que acompanharia o enterro", alega.
Atestado aponta prematuridade e síndrome respiratória  (Foto: Anny Barbosa/G1)Atestado aponta prematuridade e síndrome respiratória (Foto: Anny Barbosa/G1)

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