'Pedi que tirassem meu filho', diz mãe de bebê que nasceu morto n
Mãe acusa maternidade de negligência e diz que filho era "perfeito".
Bebê morreu na tarde de quinta (28) após mãe esperar dois dias pelo parto.
Abalada e ainda em choque com a perda do filho, a estudante Cássia Cristiana Souza da Costa, de 22 anos, conta que pediu várias vezes que os médicos e enfermeiros tirassem o bebê, antes que algo pior pudesse acontecer. O filho de Cássia nasceu morto na tarde de quinta-feira (28), na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, após quase 48 horas de espera para o parto ser realizado, segundo a estudante.
"Por muitas vezes pedi que tirassem meu filho. Parecia que eu estava sentindo que iria acontecer alguma coisa. Estava muito fraca, sangrando e perdendo líquido. De repente ficou cheio de médicos e enfermeiros, me levaram correndo para a sala de cirurgia e lá, não ouvi choro, me medicaram e depois apaguei", lembra a estudante.
saiba mais
A mãe do bebê diz que não pôde ver o filho, e, entre lágrimas, diz que ele era uma criança perfeita, e que não morreu por nenhuma doença. Esse seria o primeiro filho de Cássia, e ela afirma que houve negligência médica no atendimento que recebeu na maternidade da capital acreana.
"Queria muito ter visto ele, porque passei oito meses imaginando como ele seria, como seria o rostinho. Meu filho nasceu e me disseram que ele já estava morto. Ele estava perfeito, todo formado, o coração batia perfeitamente. Meu filho não morreu porque tinha que morrer. Se viram que eu não dilatei com medicação, era para eu ter ido para o centro cirúrgico tirar", conta.
Saúde diz que morte 'não fugiu da realidade do hospital'
A equipe médica responsável pelo caso do bebê considerou o óbito uma fatalidade. Em coletiva, realizada na sexta-feira (29), no Hospital da Criança, em Rio Branco, a equipe disse que foram feitos todos os procedimentos para que a criança fosse retirada com vida. Porém, a direção técnica afirmou que o que ocorreu não fugiu da realidade do hospital.
O diretor técnico da Maternidade Bárbara Heliodora, José Everton, explica que nada fugiu da rotina do hospital. "Sempre revisamos os prontuários para melhorar os serviços e tudo serve de aprendizado. Caso seja comprovado algum erro, será corrigido. Até o momento não temos isso", alega.
Ele disse ainda que, por se tratar de um bebê prematuro, o mais recomendado era aguardar a mãe dilatar e ter parto normal. Ele explica que a equipe ficou acompanhando os batimentos cardíacos do bebê, para ver se tinha alguma alteração.
Entenda o caso
A espera ansiosa de conhecer o rostinho do filho se transformou em momentos de tristeza e angústia para o motorista Leomar Olivera, de 32 anos, e sua esposa, Cássia Cristina, de 22 anos.
O casal acusa a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, de negligência médica por seu filho ter nascido morto na última quinta (28).
Oliveira conta que a equipe médica esperou por quase 48 horas para realizar o parto da esposa que estava grávida de oito meses.
O motorista diz que a esposa chegou na maternidade com a bolsa estourada prematuramente na noite de terça (26), porém, apenas na tarde de quinta (28) o bebê foi retirado. Revoltado, o motorista registrou um boletim de ocorrência e diz que pretende acionar o Ministério Público Estadual (MP-AC) para apurar o caso.