Deficiente se engasga e morre enquanto recebia atendimento médico dentro de viatura em Rio Branco
Talison Silva tinha deficiência física,
dificuldades para respirar e ingerir alimentos, segundo a família. Jovem morreu
na noite de quarta (12) no bairro Wanderley Dantas
Por Aline Nascimento, G1 AC, Rio Branco
O jovem Talison Miguel da Silva, de 19 anos, morreu na
noite de quarta-feira (12) enquanto recebia atendimento médico em uma
ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Silva era
deficiente físico, visual e tinha problemas para ingerir alimentos e na
respiração. Segundo a família, o jovem se engasgou durante a refeição e morreu
em frente de casa, no bairro Wanderley Dantas, em Rio Branco.
"Ele dependia da gente para
tudo. O doutor disse que com a saliva ele poderia morrer. Dava mais caldo,
macarrão, iogurte e vitaminas. Falava com dificuldades e não entendia tudo.
Ontem [quarta, 12] acredito que com a secreção na traqueia ele se engasgou. Ele
tinha uma tosse desde a UTI [Unidade de Terapia Intensiva]", contou a mãe
do jovem, Maria da Conceição.
A família explicou que o jovem
sofreu um acidente de motocicleta há seis anos na cidade de Goiânia, que o
deixou sem os movimentos das pernas. Silva foi submetido a uma traqueostomia e,
de acordo com a família, sofreu uma lesão que o deixou com dificuldades para
respirar e ingerir alimentos.
"A doutora não avaliou se ele
ia ter dificuldades para respirar e fez a traqueostomia. Quando fechou, ele
começou a apresentar dificuldades na respiração. Levei na consulta quando
percebi isso e o doutor fez uma broncospia nele para ver o grau da lesão que
tinha. Disse que era muito grave e tinha que mandar com urgência para
fora", contou Maria da Conceição, mãe do rapaz.
Ainda segundo a família, o médico
emitiu um laudo solicitando uma cirurgia de emergência para abrir a garganta do
rapaz. O procedimento deveria ser feito em outro estado e, então, a família deu
entrada com um pedido no Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Maria da Conceição
diz que solicitou a viagem em outubro de 2015.
"Meu filho respirava com dificuldade, me deram o
laudo para eu dar entrada no TFD e até hoje nada. Vão fazer dois anos que
espero e o TFD não me dá resposta e meu filho morreu ontem", lamentou.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de
Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e foi informado que a pasta vai verificar a
situação e deve se posicionar ainda nesta quinta